quinta-feira, 24 de abril de 2008

Dengue ainda preocupa população brasileira






Dores no corpo, cefaléia e febre alta foram alguns dos sintomas que levaram Lêda Santana, de 48 anos, a procurar um médico. Depois dos exames, ela surpreendeu-se com o resultado proferido pelo clínico geral, afinal, o que parecia ser mais uma virose provocada pelo aumento das chuvas, era na verdade dengue. “Fiquei muito assustada com o resultado porque sempre segui as orientações dos agentes de saúde que visitavam o bairro. Como meu quintal era limpo diariamente para evitar os criadouros do mosquito, eu não tinha motivos para me preocupar com a doença”, contou a dona de casa após descobrir que o perigo se criava ao lado, com a falta de cuidado dos próprios vizinhos.

É fato que, mesmo com as inúmeras campanhas preventivas que são veiculadas todos os dias nos meios de comunicação, muitas pessoas ainda se arriscam a não seguir as orientações do Ministério da Saúde. Não é por acaso que diagnósticos como os de Lêda se repetem Brasil afora, principalmente no período de janeiro a maio, visto que os índices pluviométricos aumentam em algumas regiões. Inclusive, o principal ambiente para a proliferação do mosquito transmissor da doença, o Aedes Aegypti, é formado a partir da água da chuva que fica parada por vários dias em pneus, garrafas, vaso de plantas, caixa d’águas, entre outros objetos.

Só no início deste ano, segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS), já foram registrados 120.570 casos da doença no país. Apesar de uma redução equivalente a 27%, em relação ao mesmo período do ano passado, houve um aumento considerável de dengue clássica e dengue hemorrágica, relacionadas à ocorrência de epidemias e às altas taxas de incidência, em determinados Estados como, por exemplo, no Rio de Janeiro que apresentou 43.523 casos da doença, correspondentes a 36% do total de casos notificados no país, além da ocorrência de 30 mortes. Enquanto que, no Pará, dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sespa) contabilizam 7.115 casos da doença e o registro de 7 mortes.

No levantamento de dados é notória a dificuldade que existe para combater a doença, o que só é possível com o que os especialistas chamam de quebra da cadeia de produção. Como o mosquito tem facilidade em se disseminar, o ideal é a eliminação dos locais onde eles se reproduzem, mas para isso é necessária a participação de toda a comunidade com a adoção de medidas simples e eficazes para acabar com o foco da doença. Assim como Lêda pegou dengue pelo descuido dos vizinhos, outras pessoas também podem ser contaminadas pelo vírus, portanto é imprescindível que todos façam a sua parte e, assim, contribuam para a saúde do seu bairro e cidade.

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