quinta-feira, 24 de abril de 2008

Número de trabalhadores em regime de escravidão ainda é alto no Brasil


Melissa Noguchi - melnoguchi@hotmail.com

Rodrigo Maia maiajl4@gmail.com

Empresários ainda mantêm trabalhadores em regime de escravidão

Lesões no corpo, no abdômen, rosto e braços, são feitas a sangue frio e muita maldade. Eles são obrigados a conviver diariamente com o mau cheiro que exala das fezes dos animais. Desconhecem o risco à saúde que correm ao vestirem as mesmas roupas impregnadas de micróbios. O curral onde esses trabalhadores exercem suas atividades de dia e de noite e esgotam suas forças, é o mesmo local onde eles vivem. Os maus tratos fazem parte da rotina de vários trabalhadores de zonas rurais do país.
Na Fazenda Bonsucesso, em Paragominas, Leste do Pará, essa prática era constante antes de ser denunciada por um dos trabalhadores explorados. Ele sofria agressões com ferro em brasa, e estava sem receber o salário por vários meses. Foi em uma destas vezes, em que o trabalhador tentou reivindicar seus direitos de ser humano, que foi agredido pelo patrão e outros capangas. Estes, encarregados de fiscalizar as atitudes dos trabalhadores da fazenda, mostraram serviço na frente de seu empregador, ocasionando cerca de 60 lesões em todo o corpo. Humilhado e descontente com a situação em que vivia há muito tempo, decidiu procurar ajuda junto a Superintendência do Trabalho e Emprego (SRTE) do Pará. Ele denunciou o patrão contra as agressões cometidas. Veja matéria completa no site: (
http://www.reporterbrasil.com.br/exibe.php?id=1292)
De acordo com uma lista de procura divulgada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em que constam os nomes de empresários condenados por práticas de regime de trabalho análogo ao escravo no país (
www.oitbrasil.org.br), o empresário da Fazenda Bonsucesso, Gilberto Andrade, já tinha cometido o mesmo crime antes. Ele foi condenado a pagar multa de 45 mil reais aos trabalhadores de uma fazenda no Maranhão, no Nordeste do Brasil. No entanto, ao que parece, esse dinheiro não pesou tanto no orçamento do fazendeiro

Saiba +
- História da abolição da escravatura no Brasil
http://www.historiadobrasil.net/abolicaodaescravatura/
- Ministério do Trabalho e Emprego
http://www.mte.gov.br/noticias/conteudo/11287.asp
- Vídeo do MTE
http://www.mte.gov.br/imprensa/videos/video006.asp
- Áudio do MTE
http://www.mte.gov.br/sistemas/SGC/Arquivos/Audio/PECdoTrabalhoEscr,39519,701087963.mp3
- Comissão Pastoral da Terra
http://www.cptnac.com.br/?system=news&action=read&id=2435&eid=6


Esse tipo de prática é mais comum nas áreas rurais, onde as políticas publicas se tornam mais escassas. Segundo constatações da Comissão Pastoral da Terra (CPT), a expansão das plantações de cana-de-açúcar é o principal responsável pelo crescimento do trabalho escravo no país.
Só em 2007 o número de trabalhadores explorados subiu de 6.930, para 8.635. É o que consta no caderno Conflitos no Campo 2007, divulgado no ultimo dia 15 desse mês pela CPT.
O crescimento mais significativo foi registrado na Região Sudeste, onde o número passou de 279 para 705 trabalhadores explorados. A região concentra as maiores lavouras de cana no país.
Para combater casos como estes, o Ministério do Trabalho e Emprego realiza ações de fiscalização com um grupo móvel que visita possíveis locais em que o trabalhador é explorado. Segundo o MTE, de 2007 até março deste ano, foram libertados 1955 trabalhadores que viviam em condições subhumanas. Nos últimos dez anos o grupo conseguiu libertar mais de 18 mil pessoas que partilhavam desta mesma condição.
Além do Ministério do Trabalho e Emprego, outros órgãos também desenvolvem as mesmas ações. A Polícia Rodoviária Federal realizou no ultimo mês uma operação em alguns municípios do Estado do Pará, se observa as maiores incidências de casos de exploração, inclusive do trabalho infantil.
O Governo do Estado do Pará, criou no final do ano passado, a Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae), que tem como finalidade criar mecanismos para que haja formas de punição e fiscalização mais eficazes que ajudem no combate à exploração de pessoas.

Leia mais sobre o trabalho realizado: (http://www.agenciapara.com.br/exibe_noticias.asp?id_ver=15924)

Fontes:

http://www.mte.gov.br/trab_escravo/default.asp

http://www.oitbrasil.org.br/news/clipping/clipping.php

http://www.orm.com.br/plantao/noticia/default.asp?id_noticia=334517

http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2006/12/06/materia.2006-12-06.5971531390/view

http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/04/15/materia.2008-04-15.1171702118/view

http://www.dprf.gov.br/PortalInternet/outrosObjetosRevisaveis.faces

Um comentário:

Anônimo disse...

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